segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Homília do Pontífice na Missa da Noite na Solenidade de Natal


''Manifestaram-se a bondade de Deus e o seu amor pelos homens'': certeza nova e consoladora do Natal


O Papa Bento XVI presidiu a Santa Missa da Noite na Solenidade do Natal do Senhor neste sábado, 24. A celebração aconteceu na Basílica Vaticana, às 22h (horário de Roma - 19h no horário de Brasília).


Na homilia, o Pontífice recordou que na igreja da Natividade de Jesus, em Belém, o portal de cinco metros e meio de altura foi em grande parte tapado, restando apenas uma entrada com metro e meio de altura. Isso foi feito sobretudo com a intenção de evitar que se entrasse a cavalo na casa de Deus.



"Quem deseja entrar no lugar do nascimento de Jesus deve inclinar-se. Parece-me que nisto se encerra uma verdade mais profunda, pela qual nos queremos deixar tocar nesta noite santa: se quisermos encontrar Deus manifestado como menino, então devemos descer do cavalo da nossa razão 'iluminada'. Devemos depor as nossas falsas certezas, a nossa soberba intelectual, que nos impede de perceber a proximidade de Deus", destacou.


Nessa perspectiva, a atitude correta é daquele que se inclina, caminhar espiritualmente, por assim dizer, a pé, para poder entrar pelo portal da fé e encontrar o Deus que é diferente dos preconceitos e opiniões humanas.


A partir da palavra inicial da leitura litúrgica da Carta do Apóstolo São Paulo a Tito - apparuit - manifestou-se -, Bento XVI destacou que essa é uma palavra programática escolhida pela Igreja para exprimir, resumidamente, a essência do Natal. Na Igreja antiga, a grande alegria do Natal era exatamente afirmar que Deus se manifestou, já não é mais apenas uma ideia.


"Mas agora perguntamo-nos: Como Se manifestou? Ele verdadeiramente quem é? Deus é pura bondade. [...] 'Manifestaram-se a bondade de Deus e o seu amor pelos homens': eis a certeza nova e consoladora que nos é dada no Natal. Deus manifestou-Se... como menino. É precisamente assim que Ele Se contrapõe a toda a violência e traz uma mensagem de paz", disse.


Nesse sentido, o Natal é epifania - a manifestação de Deus e da sua grande luz num menino que nasceu para toda a humanidade.


O Bispo de Roma recordou ainda que, em 1223, Francisco de Assis celebrou em Greccio (Itália) o Natal com um boi, um jumento e uma manjedoura cheia de feno, tornando visível uma nova dimensão do mistério do Natal e iniciando a tradição do presépio.


"Tudo isto não tem nada de sentimentalismo. É precisamente na nova experiência da realidade da humanidade de Jesus que se revela o grande mistério da fé. Francisco amava Jesus menino, porque, neste ser menino, tornou-se-lhe clara a humildade de Deus. Deus tornou-Se pobre".


Por sua vez, hoje, o Natal tornou-se uma festa dos negócios que esconde o mistério da humildade de Deus, que também convida o homem à humildade e à simplicidade.


"Peçamos ao Senhor que nos ajude a alongar o olhar para além das fachadas lampejantes deste tempo a fim de podermos encontrar o menino no estábulo de Belém e, assim, descobrirmos a autêntica alegria e a verdadeira luz".


Enfim, o Bispo de Roma exortou a rezar também e sobretudo por todos aqueles que são obrigados a viver o Natal às margens da sociedade.


"Na pobreza, no sofrimento, na condição de emigrante, pedindo que se lhes manifeste a bondade de Deus no seu esplendor, que nos toque a todos, a eles e a nós, aquela bondade que Deus quis, com o nascimento de seu Filho no estábulo, trazer ao mundo".

Canção Nova Notícias

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