No
Artigo 4º, da Lei nº 8.069/90 atualizado com a Lei nº 12.010 de 2009,
garante-se o dever das famílias, da comunidade e da sociedade em geral e do
poder público assegurar, com a absoluta prioridade, a efetivação dos
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária (Estatuto da Criança e do Adolescente).
No
entanto, não é difícil encontrarmos em sinais, esquinas, em frente às lojas e
calçadas do Centro da cidade e, sobretudo, em bairros de classe média e
periferias, uma grande parcela de crianças e adolescentes mendigando moedas às
pessoas que passam em sua volta. Estão nas ruas, maltrapilhos e desprezados
pela sociedade. Estão nos sinais, pedindo dinheiro aos motoristas. Muitos usam
de seus dons para conseguir cinco centavos: são malabaristas, cantores,
dançarinos... Passam fome, sentem frio na noite funesta e calor no sol
escaldante. Estão expostas ao relento, suas casas são as ruas, suas camas são
os bancos de praça e calçadas, seus lençóis são os papelões. Aos “artistas
mirins”, seu palco é o mundo. Aguardam o sinal vermelho para tomar conta de seu
palco. Muitas pessoas não dão a mínima atenção, mas eles querem apenas mostrar
que estão ali, querem mostrar que existem e pedem não somente dinheiro, mas
pedem também atenção. Lutam pela sobrevivência. E o principal motivo é a
violência doméstica. De acordo com o censo da Secretaria de Direitos
Humanos (SDH), cerca de 70% das crianças e adolescentes que dormem na rua foram
violentados dentro de casa. Além disso, 30,4% são usuários de drogas ou álcool.
O mesmo censo aponta também que os dois motivos de as crianças e adolescentes
trabalharem ou pedirem nas ruas são o próprio sustento (52,7%) e o sustento da
família (43,9%). De acordo com a pesquisa, 6,8% pedem esmola ou trabalham
na rua porque “não têm o que fazer em casa” e 6,3% porque “é mais divertido ficar
na rua”.
Essas
crianças e adolescente têm a sua infância roubada. São excluídas de seus
direitos. Não vão à escola, não têm assistência médica e nem tampouco o seu
direito de brincar. São as crianças e os adolescentes em situação de rua: abandonados por suas famílias,
desprezados por elas mesmas e até violentados pelos seus pais. A família não os
aconselha e nem sequer buscam valorizar a vida humana de seus filhos. São
tratados como animais adestrados e obrigados a viver nas ruas mendigando e
dormindo onde acham que dá para dormir. Carregam a cruz da intolerância, do
desprezo. São transpassados pelas chagas da incompreensão, do trabalho forçado.
Furados pela lança das drogas, da marginalidade. Chicoteados pela violência.
São as crianças e os adolescentes em situação de rua.
No entanto, ainda há instituições e projetos que buscam erradicar este mal da sociedade. Tomo como exemplo “O Pequeno Nazareno”, uma organização que tem como missão acolher crianças e adolescentes em situação de moradia nas ruas, contribuir na construção de seus projetos de vida, reatando o vínculo familiar e comunitário, buscando a garantia dos direitos fundamentais, e a inclusão social das famílias, visando uma sociedade justa e solidária e a visão de desenvolver um trabalho de excelência na inclusão social de crianças e adolescentes em situação de moradia nas ruas e de suas respectivas famílias. A equipe de educadores sociais
No entanto, ainda há instituições e projetos que buscam erradicar este mal da sociedade. Tomo como exemplo “O Pequeno Nazareno”, uma organização que tem como missão acolher crianças e adolescentes em situação de moradia nas ruas, contribuir na construção de seus projetos de vida, reatando o vínculo familiar e comunitário, buscando a garantia dos direitos fundamentais, e a inclusão social das famílias, visando uma sociedade justa e solidária e a visão de desenvolver um trabalho de excelência na inclusão social de crianças e adolescentes em situação de moradia nas ruas e de suas respectivas famílias. A equipe de educadores sociais
Em
nossa Igreja, também temos a Pastoral do Menor, que visa promover e defender a
vida das crianças e dos adolescentes empobrecidos e em situação de risco. A
Pastoral do Menor procura articular-se em rede com outros organismos que atuam com
crianças e com adolescentes em situação de vulnerabilidade. Dentre estes atores
sociais, destacam-se principalmente:
· CONANDA - Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente: Conselho
Paritário que agrega, em igual quantidade, representantes das Entidades Não
Governamentais, Sociedades Civis Organizadas e representantes de Entidades
Governamentais.
· Fórum DCA - Fórum
Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente: Agrega as
entidades da sociedade civil organizada.
Estas
duas instâncias de âmbito nacional agregam especificamente entidades que atuam
na área da criança e adolescente empobrecidos e em situação de risco. Como a
Pastoral do Menor é membro destas duas instâncias, sua relação com os demais
atores sociais, dá-se através da definição das grandes agendas em âmbito
nacional.
Embora
abandonados pela sociedade e vítimas da marginalidade, existem, sim, pessoas,
entidades, associações, organizações e pastorais inseridas na Igreja, comprometidas
em irem à busca destas crianças e adolescentes em situação de rua, dando-lhes as assistências cabíveis
para a constante e vagarosa erradicação deste mal da sociedade.
"Quem acolhe o menor, a mim
acolhe” (Mc 9,37)
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