domingo, 15 de maio de 2011

Jovens mexicanos são menos religiosos

CIDADE DO MÉXICO, domingo, 15 de maio de 2011 (ZENIT.org-El Observador) - 

Para compreender a espiritualidade dos jovens na sua prática cotidiana e estilo de vida, a fundação Aquí Estoy, a Universidade Anáhuac e a consultora De la Riva y Asociados apresentaram um estudo estatístico sobre os perfis religiosos de estudantes do Ensino Médio do México.  O Sistema de Informação da Arquidiocese do México (SIAME) divulgou os resultados esta semana.

O estudo mostra que os jovens se percebem como "críticos" e "indiferentes" à Igreja em 73%, em comparação com 28% que se considera "próximo".
Ao mesmo tempo, a pesquisa constata um interesse por reencontrar-se com valores humanos e uma rejeição de questões de índole moral, como aborto, eutanásia, corrupção e adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
No que diz respeito às práticas sociais da religião, é de salientar que 26% dos entrevistados (independentemente do segmento religioso) acreditam que a caridade é muito importante em sua vida.
Já no tema da prática religiosa específica, o estudo revela que a maioria dos jovens frequenta cultos religiosos em ocasiões sociais (casamentos, batizados, 15 anos, com 31%), mas não necessariamente por obrigação ou compromisso, pois o interesse pela prática religiosa alcançou um grau de 40% dos jovens e as festas religiosas, 33%.
Igreja desconhecida
Em geral, a pesquisa mostra um cenário em que os jovens avaliam de forma positiva a Igreja, pois, além de ser um espaço de reunião (22%), é um lugar que respeita e incentiva a tradição (18%) e um lugar no qual o jovem pode encontrar Deus (16%). Além disso, a maior crítica à instituição católica é a de qualificá-la como uma empresa que acumula dinheiro e na qual as pessoas são enganadas para se obter seu dinheiro (21%).
Neste sentido, os jovens entrevistados diferem em pareceres: um grande bloco sugere que a Igreja deve permanecer com seus princípios (39%) e outro pede uma reforma, que se "adapte aos novos tempos" (36%). Entretanto, os jovens confessaram que, para eles, a Igreja Católica é praticamente "desconhecida", com quase 80% dos entrevistados que afirmaram conhecer pouco ou nada da instituição.
Uma geração inquieta e necessitada
O estudo (aplicado a 635 jovens de escolas públicas e privadas da Cidade do México, Guadalajara e Monterrey) observa que, embora a espiritualidade e a religiosidade diminuam entre os jovens, é notável o nível de compromisso social e comunitário que persiste no setor; também, contra uma série de previsões, a alta qualificação dos valores humanos e familiares entre os jovens, acima das instituições formais, ou a importância dada à prática religiosa acima da do consumo, fala de uma geração inquieta, necessitada de respostas que coloquem em sintonia suas crenças com seu estilo de vida.

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