sexta-feira, 25 de outubro de 2013

    Pesquisa revela que 46,75% das crianças em        situação de rua no Ceará têm entre 13 e 18 anos


                           Lançamento da Pesquisa Rua Brasil S/N “A situação de rua de crianças e adolescentes no Brasil e no Ceará

Na tarde desta quarta-feira (23/10), foi lançada, na Assembleia, a pesquisa "Rua Brasil S/N: A situação de rua de crianças e adolescentes no Brasil e no Ceará”. A iniciativa partiu da presidente Comissão da Infância e Adolescência, a deputada Bethrose (PRP). A pesquisa foi elaborada em todo o País, com o apoio da campanha nacional "Criança não é de Rua". Os dados mostram quem são, a faixa etária e os tipos de crianças e adolescentes que vivem espalhadas nas ruas do Brasil.
O coordenador da campanha, Manoel Torquato, apresentou uma reportagem feita pelo Fantástico (Rede Globo) na qual foram exibidos os números e os perfis dos meninos e meninas moradores de rua. Segundo o palestrante, no Ceará, a pesquisa coloca alguns dados, como a faixa etária dos moradores, dos quais 46,75% são adolescentes entre 13 e 18 anos e 30,18% têm mais de 18 anos. Além disso, 82% são do sexo masculino, 52% pardos, 44% não concluíram o 5° ano e 81% não possuem RG.
Dentre os dados apresentados, Torquato chamou atenção para o tempo que as crianças e adolescentes entrevistados diziam estar na rua: 58% afirmaram estar entre um ou mais de três anos. Além disso, ele também destacou que 71,72% diziam utilizar da mendicância como atividade e 38,38% utilizavam essa renda para o uso de drogas. O palestrante pediu a colaboração do Parlamento para a criação de políticas públicas que possam atender essa parcela da população.

Bethrose destacou o modelo da estrutura familiar, a deficiência do sistema de educação e a ausência do Estado em promover lazer de qualidade como problemas que fazem as crianças buscarem as ruas como fuga. “Temos que fazer alguma coisa com urgência para reverter essa situação, com o objetivo de conhecer melhor os núcleos levantados pela pesquisa e discutirmos saídas para o problema. Sabemos das dificuldades para reverter o problema, mas estamos cientes de que temos muito a contribuir com a estratégia traçada pelo Estado para atacar de frente a situação de rua de nossos meninos e meninas”, ressaltou a deputada.

Já o representante do Unicef, Rui Aguiar, criticou que outras iniciativas propostas em audiências públicas na Casa não tiveram ações concretas em relação aos pedidos feitos. Aguiar ressaltou que o número exato de crianças  nas ruas ainda é desconhecido, o que não deveria acontecer.
“Esse mesmo País que não sabe o número de crianças nas ruas, de trabalhadores infantis, de crianças exploradas sexualmente recebe anualmente as declarações do imposto de renda, ou concretiza o quadro das eleições”, frisou o representante do Unicef.

Estiveram presentes a deputada Eliane Novais (PSB), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania; o representante do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), Armando Luiz de Paula; a promotora do Ministério Público do Centro Operacional da Infância e Juventude, Antônia Lima Souza, e a defensora pública do Núcleo de Atendimento da Defensoria da Infância e Juventude, Juliana Nogueira.
RF/LF

Informações adicionais

  • Fonte:Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
  • E-mail:agencia@al.ce.gov.br

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