“Não podemos abandonar a missão ad gentes”, afirma teólogo
Uma
oração animada pela delegação do Brasil abriu, na manhã desta
quinta-feira, 28, os trabalhos do 4º Congresso Americano Missionário
(CAM 4-Comla 9), que acontece em Maracaibo (Venezuela). Na sequência, o
padre salesiano, Raúl Biord Castillo, refletiu sobre a urgência da
Missão nos âmbitos da nova evangelização e da missão ad gentes, tema da terceira conferência.
"Qual o
significado de nova evangelização? Que relação tem com a missão? De
agora em diante tudo é nova evangelização? Como fica a missão ad gentes?
Por que a nova evangelização é nova se proclama a Jesus Cristo, o mesmo
ontem, hoje e sempre (Heb 13:8)?” Em base a essas perguntas o teólogo
percorreu a história da missão destacando os principais documentos da
Igreja sobre o tema.
Após
lembrar que “a Igreja é missionária por essência”, padre Raúl afirmou
que, ao mesmo tempo, ela parece não ter bem clara a sua visão de missão.
Para explicar os diferentes contextos de missão, padre Raúl retomou a Encíclica Redemptoris Missio
de João Paulo II (1990) que distingue três situações: “missão ad gentes
entre povos, grupos humanos e contextos socioculturais onde Cristo não é
conhecido ou onde faltam comunidades cristãs suficientemente maduras;
ação pastoral ordinária nas comunidades cristãs com estruturas eclesiais
adequadas e sólidas, com grande fervor de fé e vida, testemunho e
compromisso; nova evangelização para situações intermediárias, ou seja,
entre grupos inteiros de batizados que perderam o sentido vivo da fé com
uma existência longe de Cristo (RM 33)”. No entanto, o conferencista
destacou a dificuldade para distinguir com clareza os limites entre
essas três situações.
“Na aldeia global, sem fronteiras e nas múltiplas identidades virtuais do
ciberespaço é impossível pensar que os grupos humanos sejam homogêneos e
artilhem a mesma situação. Por isso, cuidado pastoral dos fiéis, nova
evangelização e atividade missionária específica se auto-implicam
conservando sua própria especificidade”, disse. “A interdependência
entre essas ações permite que cada uma influencia a outro, estimula,
enriquece e ajuda. Acontece uma circularidade entre a missão ad intra da
Igreja e a missão ad extra, entre o ‘inter gentes’ e o ‘ad gentes’”,
completou.
Para
padre Raúl contudo, não podemos abandonar a missão ad gentes como
“tarefa primordial da Igreja. Sem a missão ad gentes, a mesma dimensão
missionária da Igreja ficaria privada do seu significado fundamental”,
concluiu.
Na parte
da tarde os congressistas aprofundam as reflexões em 22 fóruns
temáticos organizados nas salas do Palácio de Eventos em Maracaíbo. As
atividades do CAM 4 – Comla 9 se estendem até domingo, 1º de dezembro.
Fonte: http://pom.org.br
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Fotos:Facebook POM Brasil - Jaime C. Patias e José Altevir
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